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homem segurando bicicleta

You can only trust yourself and the first six Black Sabbath albums

por Luiz Cesar Pimentel

@luizcesar



Tenho uma camiseta com advertência que me representa: "You can only trust yourself and the first six Black Sabbath albums" (Você só pode acreditar em você mesmo e nos seis primeiros discos do Black Sabbath).

O que isso tem a ver com as rupturas na banda? Tudo.

Pois se existe uma banda que se reinventou a cada mudança de formação, esta foi o Black Sabbath. Na verdade, não exatamente com quebras de formação mas com as trocas de vocalistas.

Os seis primeiros discos do grupo são nota 12, de 0 a 10 possíveis. Aí vieram Technical Ecstasy e Never Say Die, onde os caminhões de cocaína que cheiravam na fase Los Angeles e o distanciamento de Ozzy Osbourne do grupo ficaram evidentes.

Culminou com a saída deste e, qual mogwai, a separação deu origem a dois gremlins tão bons quanto o original. Ozzy montou grupo com Randy Rhoads e lançou simplesmente Blizzard of Oz e Diary of a Madman. Pára, né?

Só que o Black Sabbath convocou Dio e pariu Heaven & Hell e Mob Rules.

Particularmente, prefiro tratar o Sabbath dessa fase como um conjunto diferente, pois até hoje não consegui decidir se esses dois discos estão à frente na minha preferência em relação aos seis primeiros. Passei a encará-los como dois filhos, com amor imensurável por ambos e, pelo menos na minha cabeça, acrescento o "com (nome do vocal)" para me orientar - Sabbath com Ozzy e Sabbath com Dio. Amo igual.

Nunca vi alguém cravar com convicção o que motivou a saída de Dio do Sabbath. A lenda jura que ele e o baterista Vinny Appice visitavam sorrateiramente o estúdio à noite e aumentavam o volume das respectivas participações no duplo ao vivo Live Evil. Se foi isso mesmo, valeu a pena, pois talvez seja o álbum ao vivo que mais escutei na vida.

Fora que a analogia gremlin seguiu, com Dio convocando Vivian Campbell como seu Randy Rhoads e lançando Holy Diver e Last in Line. Covardia, né?

Já o Sabbath tocou o pau com Ian Gillan, que tem todo o talento do mundo mas não exatamente a cara dos inventores do heavy metal. A essa altura, a alma do Sabbath, o guitarrista Tony Iommi, tinha progredido pelo período em que trabalhou com músico de verdade no vocal (Dio) e não um maluco talentoso (Ozzy) e, juntos, geraram o bom Born Again.

Daí para frente temos a fase Tony Martin no vocal, com discos bons (Eternal Idol) e outros nem tanto. Temos a fase meio-que-Sabbath-disfarçado com o excelente Glenn Hughes, mas fomos agraciados com os felizes retornos às origens, primeiro com Dio no rebatizado Heaven & Hell e depois com Ozzy, que voltara lá atrás para turnê, mas que ajudou a colocar ponto final recentemente na história da banda mais importante da música pesada na história.

Portanto, se me vir ou a alguém com a camiseta dos seis primeiros, pode acreditar. Mas não deixe de dar a mesma atenção à fase Dio e às bandas que esses dois formaram pós Sabbath.


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