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homem segurando bicicleta

Sempre piso na bola com o Tuatha de Danann

por Luiz Cesar Pimentel

@luizcesar





Devo estar ficando retardado. Só isso pode explicar meu lapso na votação dos melhores de 2019 e não ter incluído o novo do Tuatha de Danann, The Tribes of Witching Souls, na lista.

Por isso não vou nem tentar justificar, mas dedicar esta coluna ao disco.

O trabalho de 2019 dos mineiros é incrível.

Não vou sequer rever minha lista de melhores nacionais para encaixá-lo. Pode pinçar qualquer um e colocar esse disco no lugar.

É a primeira vez, também, que aguardei com ansiedade por um trabalho dos caras.

Não porque não curtisse a banda, mas pela trajetória irregular de lançamentos do grupo de folk metal.

Aliás, não faço nem nunca fiz parte da cena folk metal, por isso não sei se é elogioso ou pejorativo referir-me à banda pelo termo. Só que foi assim que os conheci e bastou.

Quando ouvi a descrição deles, lá para 2003, assumo que não me empolguei tanto.

Escutei sobre música celta, irlandesa, flautas misturadas a metal (principalmente melódico) e tracei um retrato errado do grupo.

Mesmo assim fui conferir quando lançaram em 2004 o terceiro trabalho, Trova di Danú.

Chapei com a banda.

Era melódico, medieval, renascentista, pesado, de bom gosto extremo.

Logo, fui atrás dos primeiros.

Em Tingaralatingadun, de 2001, ouvi uma banda em formação com sinais de promessa brutal. No disco seguinte, fiquei de cara principalmente com a música que batiza o álbum, The Delirium Has Just Began (é uma das minhas favoritas até hoje).

Aí os caras simplesmente sumiram do meu radar.

Nem soube do lançamento de DVD acústico em 2009, e só voltei a ouvir falar em 2015, quando saiu um novo de inéditas, Dawn of a New Sun.

O refinamento era de novo evidente.

Taí uma característica que diferencia bandas no meu conceito, refinamento.

Quando percebo isso no grupo, vou atrás da história dos compositores, pois sei que tem coisa boa ali.

E tinha.

Passei a acompanhar o guitarrista/vocalista/multiinstrumentista Bruno Maia nas redes e saquei de onde vinha o brilho do grupo. O cara é diferenciado não só como músico, mas também em ideias, percepções. É diferenciado como ser humano. E isso faz baita diferença na produção artística.

Para falar a verdade, talvez (e acredito que sim) o baixista Giovani Gomes e o tecladista Edgard Britto também o sejam.

Girei lâmpadas até agora para chegar em The Tribes of Witching Souls, o álbum deles de 2019 que bisonhamente deixei de fora da minha lista.

Deve ter sido ato falho, para que pudesse me retratar em espaço maior, e mais condigno com o disco.

Desculpem, pois, tuathas. Vocês certamente mereciam mais do que meu voto em lista.

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